3º Domingo da quaresma: Jo 2, 13-25: Jesus e o Templo
Marcos, Mateus e Lucas colocam o episódio que se conhece como a expulsão dos vendilhões do Templo no final de seus evangelhos, pouco antes da narrativa sobre a paixão-morte-ressurreição de Jesus. O evangelista João, situa a mesma passagem, bem no início de seu evangelho, já num contexto francamente da Páscoa judaica. De todos modos, o evangelho inteiro de João é compreendido à luz da Páscoa, pois desde o começo, o próprio João Batista proclama a Jesus como “o cordeiro de Deus”, como referência ao sacrifício pascal de Cristo. Nesta passagem encontramos a seguinte situação:
1) O ambiente.- Jesus vai a Jerusalém para celebrar a Páscoa e, naturalmente, vai ao Templo de Deus, o Pai. Jerusalém é a cidade santa. O Templo é o lugar do culto, onde os sacerdotes oferecem a Deus sacrifícios de animais, que tem a função de purificar o povo e os próprios sacerdotes de seus pecados. Bois e cordeiros de ricos, pombas ou rolinhas de pobres são sacrificados, seu sangue (como principio de vida) queimado em santo holocausto.
2) O choque.- Em vez de encontrar no Templo um lugar de encontro com Deus, Jesus se vê rodeado de vendedores de bois, ovelhas, pombas e com os banqueiros que fazem o cambio do dinheiro normal, pelo dinheiro do próprio Templo. Assim Jesus tem que se confrontar com o mundo dos negócios que mantinham a vida comercial tanto do Templo, quanto da própria cidade santa.
3) O sinal.- Jesus faz um chicote de cordas, solta os animais, derruba o dinheiro das meses do câmbio dizendo: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”, de acordo com a Escritura, apostila o evangelista: “o zelo por tua casa me consome”.
4) Diálogo impossível.-
a) Jesus é interrogado: “que sinal nos mostras para agir assim?”
b) (“Os judeus pedem sinais, diz São Paulo, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos o Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos”; o único que Paulo tem é a Páscoa do Senhor). Jesus responde no mesmo sentido: “Destruí este Templo e eu o reedificarei em três dias”
c) Evidente é a perplexidade irônica dos judeus que respondem: “Quarenta e seis anos foram necessários para a construção deste santuário, e tu o levantarás em três dias? E ninguém tem mais nada a dizer. Esses foram os anos que Herodes o Grande demorou na construção do Templo. Todos sabiam disso. Assim, pois: fim de conversa! As conseqüências do choque virão depois. Por enquanto teremos a grande afirmação teológica de São João:
5) “Mas Jesus estava falando do templo de seu corpo”. É o próprio evangelista João que nos diz que, a compreensão desta afirmação e suas conseqüências, apenas será possível, a partir da Páscoa, da ressurreição do Senhor. Não há mais lugares específicos de culto, nem sacrifícios, nem sacerdotes, pois quando o evangelista redige o evangelho, tudo tinha se acabado: o Templo, o sacerdócio e até a própria Jerusalém. Jesus, ele mesmo, é o sacerdote, o Templo e o sacrifício. A conseqüência desta afirmação é clara: um homem de nossa natureza, qualquer homem é o verdadeiro lugar do culto a Deus, “em espírito e em verdade”, proclama o próprio Jesus perante a samaritana.
6) Depois disto, muitos creram nele devido aos sinais que realizava, nos diz o evangelista, mas Ele não lhes dava crédito, “porque ele conhecia o homem por dentro”. O conhecimento de Jesus não lhe vem das aparências, mas, “conhecer o homem por dentro”, significa conhecê-lo a partir da experiência do amor de Deus, o Pai.
Conclusões:
1) O evangelho de São João nos apresenta este episódio de maneira majestática, mas, de acordo com os evangelistas sinóticos, deve de haver sido mais forte e constrangedor. Pois, de algum modo, significa o choque de Jesus e seus seguidores com o comercio do Templo e da cidade de Jerusalém que sobrevivia graças às romarias e o turismo religioso da época. Este choque de Jesus com a aristocracia sacerdotal saducéia do momento, determinará a sua morte, além de sua proclamação de Messias-rei, como “filho de Davi”.
2) O grande momento do trecho joanino é a proclamação de seu Corpo, destruído e, em três dias, re-construído, como verdadeiro Templo de Deus. É a nova Páscoa, É a nova Aliança. É Jesus quem faz novas todas as coisas, em quem se inaugura uma nova criação, uma nova percepção de Deus e do homem. É em Jesus, morto ressuscitado, no Jesus pascal, que Deus acontece no homem e que homem acontece em Deus. A partir de Jesus, não há mais templos, nem santuários além do homem e da humanidade. Nossas igrejas, ou templos, ou santuários (chamem-se como quiser) não são nada ao lado de um ser humano e da humanidade como tal.
3) Misturar Templos ou igrejas, com dinheiros e comércios, situa-nos a todos perante a denuncia de Jesus de não fazer da casa que deveria de ser do Pai e de todos, uma casa de comercio ou um covil de ladrões, segundo o linguajar sinótico. A casa de Deus, o santuário de Deus, o Templo do Espírito santo de Deus, é a comunidade de fé, como testemunha primeira do amor de Deus pelos homens. O resto é pedra, tijolo, cimento, etc.
4) O tema de “conhecer o homem por dentro”, se pode desenvolver de acordo com o conhecimento criador e salvador de Deus para com toda a humanidade. E esse conhecimento se situa sempre desde o amor de Deus, que nos envia seu Filho, como diz a primeira carta de João: “nisto consiste o amor: em que Deus enviou seu Filho como resgate pelos nossos pecados”. Re-conhecer nossos pecados perante a cruz de Cristo nos situa a todos perante a grandeza inefável do amor de Deus.
5) Finalmente podemos afirmar que quem nos purifica é Jesus e não os Templos É o sangue (a vida) de Jesus.
6) Cada vez que celebramos a Eucaristia, celebramos sempre a Páscoa do Senhor, sua morte e ressurreição, enquanto esperamos sua vinda!
Pe. Agustin sj
4º Domingo da Páscoa: Jo 10, 11-18
“Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a sua vida por suas ovelhas” – diz o Senhor, quando o evangelista nos coloca perante uma das grandes reflexões sobre a presença pascal de Jesus no meio de sua comunidade de fé e no meio da humanidade.
3º Domingo da Páscoa: Lc 24, 35-48
De modo semelhante ao domingo passado, na narrativa segundo São João, hoje é o evangelista São Lucas que nos traz para todos, como o Senhor ressuscitado está presente no meio de sua igreja, isto é, de sua comunidade de fé.
2º Domingo da Páscoa, Jo 20, 19-31
Domingo passado contemplamos o túmulo de Jesus vazio, e a primeira proclamação de Maria Madalena que afirmava rotundamente que Jesus estava vivo, havia ressuscitado. Todos os evangelhos são testemunhas do fato. E também, ao longo da história da humanidade nos revelam como Jesus permanece vivo e presente em suas comunidades de fé.
5º Domingo da quaresma: Jo 12, 20-33
Este trecho do Evangelho de João situa-nos perante o anúncio da proximidade da morte de Jesus, que se identifica com a chegada da “hora” da glória de Deus. Jesus está em Jerusalém. Alguns “gregos” querem conhecê-lo. Pedem a um dos apóstolos, Felipe: “Senhor, gostaríamos de ver Jesus”. Felipe e André conduzem-nos até Jesus que explica para eles que: |
---|
4º Domingo da Quaresma: Jo 3, 14-21
Neste domingo, já na proximidade da celebração da Semana santa e da Páscoa, o evangelho de São João nos situa, perante a cruz de Jesus como salvação do mundo, que é, sempre, a perspectiva do Evangelho. Para isso, João nos traz um diálogo de Jesus com Nicodemos, fariseu rico, pertencente a uma das grandes famílias de Jerusalém e que, por duas vezes entra em diálogo com Jesus. Nesta primeira conversa, o evangelista João coloca o fato histórico da cruz de Cristo, em concordância com as Sagradas Escrituras, (Jesus está conversando com um fariseu, isto é, com alguém que conhece bem a lei e os profetas) em consonância com os acontecimentos no Êxodo de Moisés. Por isso, podemos destacar: |
3º Domingo da quaresma: Jo 2, 13-25: Jesus e o Templo
Marcos, Mateus e Lucas colocam o episódio que se conhece como a expulsão dos vendilhões do Templo no final de seus evangelhos, pouco antes da narrativa sobre a paixão-morte-ressurreição de Jesus. O evangelista João, situa a mesma passagem, bem no início de seu evangelho, já num contexto francamente da Páscoa judaica. De todos modos, o evangelho inteiro de João é compreendido à luz da Páscoa, pois desde o começo, o próprio João Batista proclama a Jesus como “o cordeiro de Deus”, como referência ao sacrifício pascal de Cristo. Nesta passagem encontramos a seguinte situação: |
2º Domingo de Quaresma, Mc 9, 2-10: A Transfiguração
No Evangelho segundo Marcos, encontramos dois momentos da manifestação da voz de Deus, proclamando que “Jesus é meu Filho amado. Escutai-o”. A primeira aconteceu no momento do seu batismo por João Batista. |
1º Domingo da Quaresma: Mc 1,12-15
1) No batismo de Jesus por João, manifesta-se o Espírito Santo que, depois o conduzirá para o deserto. A vida inteira de Jesus é conduzida pelo mesmo Espírito de Deus. No deserto Jesus: |