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Paróquia Santuário de Nossa Senhora da Esperança e Santo Inácio de Loyola
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Adoradores Leigos Filhos de Santana

Introdução

“Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo para cada coisa: tempo para nascer e tempo para morrer; tempo para plantar e tempo para colher” (Ecle 3,1). De tal modo que é belo perceber que nada na vida acontece por acaso, mas que tudo tem o seu tempo planejado por Deus; é Ele que a cada instante vai modelando nas nossas vidas o seu projeto de amor.

Contemplando a história da nossa Família Religiosa podemos claramente perceber que a cada momento era o Dileto Jesus que tudo conduzia com sua mão, fazendo assim com que esta obra iniciada por Madre Rosa se desenvolvesse e fosse no mundo testemunha fiel da sua misericórdia. O Pai, em seus desígnios de amor, fez com que este carisma se expandisse atingindo várias formas de vida.

Podemos dizer que a história dos Filhos de Sant’Ana tem início em 1882, quando Madre Rosa fala de uma visão que teve de “três gostas de Sangue”, que para ela se tornaram sinais de três novas fundações. Esta inspiração será logo depois confirmada com o desejo da fundação dos Filhos de Sant’Ana, como uma das gotas. Apesar de toda sua resistência em dar início a esta obra, ela mesma tem a convicção de que é vontade de Deus. Por isso tenta algumas vezes inicia-la, porém não tendo êxito, em um tom profético, escreve ao Monsenhor Granito di Belmonte: “Paciência! Eu tenho muita pena e dor, mas fazer o quê? Esperar a hora exata do ressurgimento”.

 

 A nossa fundação

 

Os filhos de Sant’Ana nasceram de uma inspiração carismática da Beata Ana Rosa Gattorno durante o período de concretização da fundação das Filhas de Sant’Ana.

Madre Rosa fala no seu diário intimo em dezembro de 1882 de uma visão que teve de “três gotas de sangue” que saíam das chagas de Jesus Crucificado e que para ela aos pouco foi se tornando como um sinal de três novas fundações. Mesmo  sentindo-se impossibilitada devido ao estado de saúde, e também pela idade, se sentia impulsionada a levar em frente estas fundações e dizia: “seja feita em tudo a tua santa vontade”. (Cf. Mem. II, p. 623). “Estão sempre diante de mim as três gotas de sangue que deveriam ser as três ordens. Eu jamais tinha pensado nos Filhos de Sant’Ana, mas acreditava ser somente um ramo das Filhas de Sant’Ana Contemplativa de Clausura e invés Tu me revelas os Filhos de Sant’Ana e as “Terceiras”.

 

Os Filhos de Sant’Ana:

As três gotas de Sangue

“Um Instituto de Sacerdotes destinados a trabalhar na Igreja pela glória de Deus, na conversão dos pecadores, evangelizando todo o mundo e ajudando na formação das Filhas de Sant’Ana”.

Madre Rosa se preocupa com o tipo de orientação ou mesmo pela falta de orientação espiritual para as Irmãs Filhas de Sant’Ana. Tal preocupação a leva a se encontrar interiormente com o projeto de realização  dos Filhos de Sant’Ana , como assim escreve: “...e aquela voz interior que se repete: dá mão a Obra e estes te ajudarão; e tantas outras coisas...mas como fazer? Procurarei ser obediente e me submeterei a tudo. Com a força que Tu me darás, com a mesma (força) tudo farei, meu Amor”... e assim sinto-me sempre impulsionada para me ocupar pela Obra dos Filhos de Sant’Ana” (mem. II p. 722).

A devoção a Sant’Ana da parte de Madre Rosa tinha se tornado tão preciosa que ao pensar nos Filhos de Sant’Ana enquanto rezava, escreve: “...e estes serão filhos do coração da mãe Sant’Ana e fiéis colaboradores na tua vinha que tem grandes necessidades...”. O sonho de Madre Rosa em relação aos Filhos de Sant’Ana se tornou  cada vez maior e se exprime assim quando escreve: “Quanto me é forte este pensamento!... é uma grande alegria aquela que o meu pobre espírito goza e tudo em lindos pensamentos, corre em ver esta Obra já pronta... E sinto que tudo é estabelecido pelo meu Bem. E estes os vejo todos cheios do Amor de Deus, trabalhando pela sua glória, convertendo pecadores, evangelizando todo o mundo”( Mem. II  pp. 759-762).

No ano de 1886 juntamente com Monsenhor Granitto de Belmonte da Diocese de Nápoles – Itália –  procurou dar o primeiro passo escrevendo ao santo padre Leão XIII apresentando de um modo resumido o carisma, a espiritualidade e a missão da nova família religiosa.

Na realidade o projeto da nova fundação não continuou devido a não aceitação do arcebispo de Nápoles, Cardeal Gugliermo Sanfelice, porque a obra era projetada para ser iniciada em Nápoles, Diocese de Monsenhor Belmonte. Nada dependia do Senhor Arcebispo no sentido de dirigir a nova fundação mas somente do seu consentimento  que fosse na Diocese.

Depois de certo período tudo é recomeçado através de Monsenhor Belmonte e a aprovação do Arcebispo, sendo que Madre Rosa Gattorno era completamente excluída das orientações da Fundação. Tudo era organizado com a mesma finalidade, porém, o projeto era totalmente dependente do Arcebispo. Tudo foi iniciado sem que Madre Rosa tomasse conhecimento em uma Obra que incluía todo um trabalho orientado pelo Carisma e a Espiritualidade das Filhas de Santana e com dedicação especial à guia espiritual das Irmãs. Madre Rosa não aceitou a continuação desta obra porque entrava justamente na vida espiritual das irmãs sem que ela pudesse dar o seu parecer. A sua reação foi aquela de se dirigir de imediato ao cardeal protetor do Instituto para que tomasse as devidas precauções no que se referia a continuidade desta Obra onde ela não poderia executar a sua autoridade como Fundadora.

É muito interessante perceber através da correspondência, que diante deste desentendimento entre Madre Rosa e Monsenhor Granito di Belmonte, as relações de amizade continuaram como antes, depois de um certo esclarecimento de tudo como tinha sido projetado. Entre eles a intimidade através da correspondência continuou mais freqüente e juntos chegaram a ver que não era este o tempo maduro para que esta Obra fosse iniciada. Assim se exprime Madre Rosa em uma última carta que trata do assunto: “Caro Monsenhor, eu coloquei tudo nas mãos de Deus e de nada me preocupo porque sou certa de que as Obras do Senhor assim devem começar. Eu sou uma pobre ignorante mas depois de vinte e dois anos de experiência até um cego seria capaz de compreender qualquer coisa, não é mesmo? Se o demônio quis atrapalhar, Jesus fará a Obra. Só me preocupa a sua contrariedade e que gostaria que o meu caro Crucificado tivesse colocado em mim toda contrariedade, e tanto o Senhor e o Cardeal tivessem sido livres de todos estes desgostos. Oh! sim, teria eu sofrido duas vezes mais, bastaria que esta situação não tivesse caído em cima dos senhores.”

A partir da eclesiologia elaborada no Vaticano II, os Padres Conciliares colocaram em luz a dimensão pneumatológica da Vida Religiosa que fez compreender as exigências de uma clara identidade carismática da parte dos Institutos Religiosos. O Concilio convida a uma renovação e a uma atualização da vida religiosa. Esta renovação e atualização comporta este contínuo voltar às fontes de cada forma de vida cristã e ao espírito dos fundadores, e ao mesmo tempo uma adaptação dos Institutos às mudanças diante das condições dos tempos (cf. PC 2).

A renovação proposta pelo Concílio implica, portanto um retorno ás origens. Não se trata de fazer um trabalho arqueológico para restaurar o passado, mas para encontrar, na origem, a inspiração inicial, a linfa vital que permite o nascimento e o crescimento da “árvore” do Instituto, para que este possa dar novos frutos no hoje da Igreja. Assim cada Família Religiosa é chamada a reencontrar a própria identidade, atingindo o passado, para reviver de modo criativo em atenção aos atuais sinais dos tempos, para colocar à disposição de todo o povo de Deus os dons recebidos.

As Filhas de Sant’Ana em busca de renovação.

Com total obediência e fidelidade à Igreja, aquilo que é próprio do Espirito Carismático de Madre Rosa Gattorno, as Filhas de Sant’Ana procuraram com muito interesse mergulhar nas origens e encontrar as raízes do Instituto fundado por Madre Rosa Gattorno. Foi ali em meio a tantas riquezas que se depararam com a grande herança que Madre Rosa tinha deixado para o Instituto: o projeto dos Filhos de Sant’Ana e tantas outras riquezas que os protagonistas da História tomaram para si.

O processo de estudo e de adaptação à realidade de hoje foi iniciado desde 1967 e continua sendo desenvolvido e assimilado em cada realidade nova da história  nos diversos contextos sócio-cultural de cada continente.

A riqueza do Carisma e da Espiritualidade de Madre Rosa presente nos cinco continentes fez despertar nas famílias, nos jovens e nas crianças um modo novo de ser e de experimentar a bondade e a ternura de Deus. Surge daí da parte de tantaspessoas, o interesse pelo Carisma e pelo jeito de viver de Madre Rosa e em alguns o interesse de uma Consagração na própria família religiosa das Irmãs Filhas de Sant’Ana.

A hora do ressurgimento

A própria História foi se encarregando de dar forma à afirmação de Madre Rosa Gattorno: “Jesus fará a Obra. O que fazer? Esperar a hora do ressurgimento”.

            O 18° Capítulo Geral das Irmãs Filhas de Sant’Ana, realizado em Roma, no ano de 1990, foi uma resposta aos apelos dos tempos que iam  amadurecendo no coração de alguns jovens e Sacerdotes para concretizar a Obra confiada por Deus à Madre Rosa Gattorno e que ela mesma tinha confiado aos protagonistas do futuro.

 

Os primeiros Filhos de Sant'Ana

            A resposta do Corpo Capitular foi unânime dando espaço aos protagonistas da Obra dos Filhos de Sant’Ana de continuar o grande desejo de Madre Rosa Gattorno de realizar a vontade do seu Sumo Bem:“Vejo-os cheios de amor evangelizando todo o mundo”. 

            As Irmãs deixaram como marco profundo deste acontecimento tão rico e importante no Instituto, um novo capítulo nas Constituições como fruto de abertura à ação do Espírito. Assim se expressaram no novo capitulo constitucional: “Abertas ao sopro do Espírito que constantemente suscita, onde, quando e como quer, novas formas de vida, a Família das Filhas de Sant’Ana é pronta a acolher aquelas formas de vida evangélica nas quais reconheçam a centralidade do próprio Carisma e tais como confirmadas pela própria autoridade da Igreja e em atenção constante para o maior bem dos irmãos e a extensão do reino.”

            Com toda alegria, mas com todo compromisso e seriedade, em 1991 o primeiro grupo dos que se sentiam protagonistas desta Obra de Deus na Igreja começaram a experiência de vida comunitária e de aprofundamento do Carisma na Cidade de Roma sendo acompanhados por uma representante do Instituto das Filhas de Sant’Ana e por uma equipe de Sacerdotes e Religiosos delegados para acompanhar o desenvolvimento desta nova Obra. Durante este período foi elaborado também o Estatuto pedido pela Congregação dos Institutos de Vida Apostólica, para que depois de uma certa experiência fosse apresentado para uma posterior aprovação.

Depois de dois anos de experiência, em resposta ao pedido de aprovação da Associação e do Estatuto, o Sr. Cardeal Camillo Ruini, Vigário de S. Santidade o Papa João Paulo II, decretava a ereção da nova Associação na Diocese de Roma, no dia 26 de maio de 1993, e aprovação do Estatuto. Anexo ao Decreto, o Sr. Cardeal Camillo Ruini faz também uma exortação a todos os jovens pertencentes à Associação: “Exorto, portanto a viverem e operarem no verdadeiro amor de Cristo, segundo o Espírito e o Carisma próprio, sob a proteção de Sant’Ana com a direção e a vigilância do meu delegado Mons. Natalino Zagotto”.

            Os seis primeiros jovens que iniciaram o caminho de formação depois da aprovação da Associação e do Estatuto passam para a etapa do noviciado, vivendo assim um tempo de preparação para a consagração como Filho de Sant’Ana. Durante este período somente três confirmaram com segurança o próprio caminho iniciado e fizeram as primeiras promessas no dia 31 de agosto de 1993 na Igreja de Sant’Ana, in Laterano, via Merulana, 177, Roma-Itália. A celebração foi presidida pelo Revmo. Cardeal Camillo Ruini, concelebrada por seu delegado, Mons. Natalino Zagotto e por outros Sacerdotes.

                        O início da Associação foi assinalado de um caráter internacional fazendo presença na Diocese de Roma, diverso da realidade costumeira de todo Instituto, que começa com membros de um único lugar e se expande depois por diversas regiões. Atualmente a Associação conta com membros de dez países: Brasil, Chile, Bolívia, Peru,  Uganda, Angola, Quênia, Filipinas, sendo presente na Itália, no Brasil, No Quênia, Peru e Bolívía.

            O governo da Associação atualmente reside na Superiora Geral das Filhas de Sant’Ana, até que a Associação tenha membros com condições de assumir as devidas responsabilidades exigidas pela Igreja para que se torne também um Instituto Diocesano com o direito de eleger aquele que assumirá a responsabilidade geral de governo.

Contudo, em janeiro de 2007, reunidos numa Assembléia, em Roma, 12 presbíteros e 3 Irmãos Filhos de Sant’Ana, representantes das diversas comunidades elegeram um Responsável Geral pela Associação, O Pe. Manuel Gonçalo Agostín, Angolano, que terá a missão de ser ponte entre a Associação dos Filhos de Sant’Ana e o Governo Geral das Filhas de Sant’Ano; terá ainda a missão de promover uma maior unidade entre as comunidades e acompanhar o processo de aprovação da Associação como Instituto Religioso.

            A Associação está caminhando passo a passo para que se torne um Instituto Religioso Clerical agregado à Família das Irmãs Filhas de Sant’Ana, para que respondendo a um chamado gratuito do Pai  de trabalhar “no campo do Senhor” colaborando, na Igreja e com a Igreja, na Obra Salvífica de Cristo (cf. Estatuto n. 1).

Fonte:http://filhosdesantanabrasil.blogspot.com/p/filhos-de-santana.html


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